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Catanduva/SP
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Estação Cultura Deca Ruette
(17) 3531-5100
Endereço:
R. Rio de Janeiro, 100 - Centro - CEP: 15800-035

Horário de Atendimento:

segunda-feira   08:00–21:00

terça-feira

quarta-feira

     08:00–21:00

     08:00–21:00

quinta-feira

     08:00–21:00

sexta-feira

     08:00–21:00

sábado

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domingo

     Fechado





A ferrovia chega em Catanduva em 1910 e se caracteriza como principal propulsor do progresso ao povoado e promove a cidade como centro regional. Antes disto a cidade possuía pouca importância, seus produtos escoavam pela Estrada do Taboado, em cavalos e lombo de boi. Esta estrada não passava por Catanduva, mas sim por Palmares Paulista – a época chamada de Cordão Escuro. Na ocasião do traçado de expansão da linha férrea que passava por Araraquara e modernizava o sistema de escoamento da produção, optou-se por um percurso diferente do que era o da Estrada do Taboado. Provavelmente uma das razões que tenha motivado a alteração do traçado da linha férrea tenha sido a influência da família de Santos Dumond que possuía uma próspera fazenda em Santa Sofia (Santa Adélia) com mais de 1 milhão de pés cafés. Assim a expansão da linha férrea segue seu traçado margeando o Rio São Domingos e beneficiando Catanduva. Fato este que desloca a importância de centro regional de Palmares Paulista para Catanduva. Pode-se supor a importância deste fato como principal propulsor do progresso ao povoado que passa a ser denominado de cidade oito anos depois.

O primeiro loteamento de Catanduva foi motivado pela expansão da linha férrea e foi chamado de “Vila Consola” em homenagem a esposa do loteador Pedro Celli. O loteamento compreendia o espaço entre a Rua São Paulo e Mato Grosso; Santa Catarina e Espírito Santo. Hoje este loteamento pertence ao bairro de Higienópolis. O loteador doou os terrenos: da Praça da Independência (atualmente onde se localiza a Catedral Santuário Nossa Senhora Aparecida), do antigo pátio de manobras e da Estação da Estrada de Ferro, em troca do direito de explorar o botequim que ali seria instalado.

Quando a EFA chega a Catanduva o tão comemorado sistema de transporte férreo já possuía problemas financeiros. Mediante isto, a ferrovia que pertencia à Companhia Araraquara (CA) é adquirida pela The São Paulo Northern Railroad Company. De acordo com os registros, a partir daí os serviços se deterioram. Havia atrasos constantes nos trens de passageiros, era comum o descarrilhamento de trilhos e não havia vagões suficientes para escoamento da produção. Num ato de protesto em 19 de outubro de 1919, com bandas, rojões e discursos, a população de Catanduva incendeia a estação, carros de transporte e a ponte da Rua Sete de Setembro. Segundo relatos, este fato auxilia para que logo depois o Governo de Estado encampe a ferrovia, passando esta a ter a denominação Estrada de Ferro Araraquara (EFA). Mais tarde, na década de 90, novamente o sistema ferroviário será objeto de concessão através do Programa Nacional de Desestatização (PND).

Em junho de 1948 é inaugurada a Estação da EFA, em estilo Art Decó o que alavanca ainda mais o comércio daquela região da cidade, principalmente nas ruas paralelas à linha férrea: Rua Rio de Janeiro e Rua São Paulo. Os imóveis desta rua eram geralmente destinados ao comércio e serviço à sua frente, implantados sem recuo frontal e com uso residencial ao fundo; edificados com predomínio dos estilos eclético, art decó e outros estilos modernizantes. Catanduva foi a estrada de ferro que mais café embarcou em todo o Brasil, sendo que em 1956 encabeça a campanha dos cafés finos, também conhecida como Movimento de Catanduva.

A estação com o conjunto de edificações e barracões que eram destinados ao armazenamento da produção ainda hoje são marcos referenciais visuais e históricos da cidade, apesar de muitos edifícios que fazem parte deste patrimônio tenham sido demolidos. A época, no entorno também foram instalados hotéis destinados aos viajantes e um cinema. Ou seja, o espaço se tornou uma nova e vigorosa centralidade urbana.

Com o passar dos anos o sistema ferroviário em nível municipal, para a cidade de Catanduva, perde sua importância. Em 2001 foi cessado o transporte de trens de passageiros e a Estação Férrea perdeu sua função. Em 2003 a Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA) permite a ocupação do prédio da Estação de forma imediata e precária. Porém o prédio só vai ser ocupado em 2006, sendo denominada como “Estação Cultura”, ao lado da antiga estação rodoviária. Hoje este edifício além de abrigar a Secretaria de Cultura, também oferece cursos gratuitos de música, teatro, pintura, desenho, dança, bordado e macramê. As vagas são muito disputadas, sendo que a população amanhece em fila nos dias determinados para as inscrições das oficinas. A região após sua remodelação se constitui em um dos cartões postais da cidade.

 

A CIDADE. Em 1919: população incendiou a estação de São Paulo Norte. Catanduva, 14 abr. 1968.

BASSANETTI, Nelson. Francisco Matarazzo, à frente do seu tempo. Estrada do Taboado. Catanduva, 10 mai. 2020. Disponível em: . Acesso em: abr. 2022.

BASSANETTI, Nelson. Francisco Matarazzo, à frente do seu tempo. Vila Consola e estrada de ferro São Paulo a Mato Grosso. Catanduva, 09 jul. 2014. Disponível em: . Acesso em: abr. 2022.

BOLINELLI, Sérgio Luis de Paiva. Anotações diversas. Centro Cultural e Histórico Padre Albino: Catanduva, 1966.

CORATO, Aline Coelho Sanches; PORTO, Daniele Resende. Inventário arquitetônico de quatro edificações em Catanduva: Casa Grande da CNEE e imóveis da Rua Rio de Janeiro. São Carlos, julho de 2006.

MACHADO, Carlos. O incêndio da estação. Feiticeira, Catanduva, ano V, n XXII, set. 1969.

NOTÍCIA DA MANHÃ. Rede confirma cessão da Estação. Catanduva, 01 mar. 2003.

QUAGLIA, Vicente Celso. A estrada do Taboado. Centro Cultural e Histórico Padre Albino: Catanduva, s.d.

 

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