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O Hospital Emílio Carlos foi originalmente
construído para ser um hospital para tratamento de pessoas com tuberculose. Sua
construção foi iniciada em 1950 no governo de Adhemar de Barros (1947-1951), o
prefeito de Catanduva era Antonio Stocco. A firma que executou a obra foi “Walter
Dias Ltda.”, com 672 leitos e área construída aproximada de 32.000 m2 dentro de
uma área de 12 alqueires. Junto com Catanduva foram construídos hospitais
idênticos em Araraquara, Lins e Botucatu, dentro da proposta da CNTC (Campanha
Nacional Contra a Tuberculose), cujo objetivo era evitar a disseminação da
doença, isolando os doentes em hospitais, para tratá-los com medicamentos
específicos que demandavam longos períodos de internação. Sua inauguração foi
no ano de 1960 e sua administração foi confiada então à Irmandade “Pequenas Missionárias
de Maria Imaculada”.
A tuberculose no final do século XVIII era
considerada uma doença “romântica”, idealizada nas obras literárias e
artísticas e identificada como uma doença de poetas e intelectuais. Em 1882,
Robert Koch anuncia a descoberta do agente causador da tuberculose, o bacilo de
Koch. Em fins do século XIX, a doença passou a ser qualificada como um
"mal social" e passou a ser relacionada às condições precárias de
vida, em que estão presentes inúmeros fatores, entre eles as moradias pouco
ventiladas e pequenas para o número de moradores, a má qualidade de alimentação
e a falta de higiene.
Enfim a doença era altamente contagiosa e
mortal e a princípio não havia remédios e vacinas para combatê-la. Acreditava-se
que a cura do doente acontecia quando se dispunha de boa alimentação, repouso e
podia-se viver no clima das montanhas, este último fator questionado já na
década de 1930. O tratamento envolvia o isolamento dos pacientes,
viabilizando-se por meio dos sanatórios e preventórios, os quais isolavam os
pacientes considerados perigosos.
A arquitetura do Hospital Emílio Carlos segue a
forma da letra “H”, no modelo pavilhonar em dois pavimentos, com um conjunto de
edificações isoladas, com funções distintas, interligadas entre si. Um dos
elementos concebidos foi a galeria de cura que é constituída por espaços cobertos,
com pisos laváveis, com boa aeração e circundados por jardins. A disposição das
edificações segue as recomendações modernas: uma boa insolação e ventilação dos
lugares, como medida sanitária. Sua implantação foi prevista para ser afastada
do núcleo urbano central em uma região de altas altitudes. A paisagem urbana
que pode ser visualizada da área do hospital é um dos cartões postais mais
bonitos da cidade.
No final da década de 1970, o Hospital Emílio
Carlos, que pertencia ao Governo do Estado de São Paulo e era destinado ao
tratamento da tuberculose, foi desativado em função de mudanças ocorridas nas
políticas de saúde pública da nação. A Fundação Padre Albino, em 1982,
conseguiu do Governo Estadual a cessão do prédio.
Em 1983, a FAMECA transferiu-se para o novo
prédio e, dois anos mais tarde, iniciou-se a reativação do Hospital Emílio
Carlos com a abertura dos ambulatórios de ensino e das enfermarias de clínicas.
A partir de então, a Faculdade de Medicina de Catanduva passou a ter dois
Hospitais-Escola – o Hospital Padre Albino e o Hospital Emílio Carlos.
Em 2019 foi inaugurado o Serviço de
Radioterapia, que possibilitou a implantação do (Hospital de Câncer de
Catanduva) junto ao complexo do Hospital Emílio Carlos.
A edificação que hoje abriga o Hospital Emílio Carlos também serviu ao longo dos anos como referência para tratamento de diversas outras doenças endêmicas e pandêmicas como a AIDs e o “coronavirus”.
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